Não, você não leu errado. O título deste post, embora acompanhado do “Parte II”, é diferente do título do post da última segunda-feira 19 – Verissimitei.
Mas por que mudar o título se, além do “Parte II”, o tema é o mesmo do abordado no post passado – ainda sobre a passagem por São Paulo do ídolo Luis Fernando Verissimo.
Tenho uma justificativa. Boa, na minha opinião – embora, claro, qualquer pessoa que advogue em causa própria seja no mínimo suspeita.
Se no “Encontro com os Escritores”, da Universidade do Livro (Unil), eu VERISSIMITEI porque o autor gaúcho veio me cumprimentar ao final do evento – relembre aqui -, no “Pauliceia Literária”, tema do post desta terça-feira 20, eu fui além: estive por pouco mais de cinco minutos com o gênio das Letras. Tirei fotos, ganhei autógrafo e tive a oportunidade de dizer a ele sobre a importância da sua obra na minha vida pessoal e profissional.
Verissimo foi o “Autor em Foco” da edição 2016 do “Pauliceia”. Como homenageado, abriu o evento na manhã da quinta-feira 15.
Por mais de 1 hora, ele falou sobre sua carreira com o curador do evento, o jornalista Manuel da Costa Pinto, e com o jornalista e escritor Humberto Werneck, mediador do papo.
O cronista gaúcho parecia mais disposto e à vontade que no “Encontro com os Escritores” de dois dias antes. Ainda que seja um introvertido inveterado e assumido, Luis Fernando Verissimo fez algumas piadas, deu risadas e deliciou a plateia, que lotou o auditório do prédio da Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), próximo ao Largo São Bento, no centro de São Paulo (SP).
A FOTO
Assim como fiz no evento da Unil, separei alguns trechos da apresentação – mas os relatarei num terceiro post, a ser veiculado nesta quarta-feira 21. Hoje, aqui, quero registrar apenas meu encontro com Verissimo.
Fiz plantão na entrada do prédio, à espera do mito. Estava decidido a pedir uma foto caso percebesse que ele se estava mais disposto que na terça-feira anterior. E assim o fiz tão logo o vi, acompanhado da esposa, a simpaticíssima dona Lúcia.
Pedi desculpas a ambos pela “perseguição”, e fui recebido com docilidade pela dupla. Eis o primeiro registro deste encontro – histórico, para mim!
Feita a foto, adentrei o auditório, feliz feito pinto no lixo.
A ESTRATÉGIA
Acomodei-me estrategicamente próximo à cadeira reservada à dona Lúcia. Já tinha obtido a informação de que Verissimo não autografaria após a apresentação, por motivo de saúde. Assim, enquanto muita gente se encaminhava para a fila de autógrafos na calçada, fora do prédio, ao final do papo, eu grudei na Senhora Veríssimo e saquei meu exemplar de Todas as Histórias do Analista de Bagé da mala.
Vi que Verissimo tinha sido levado para uma saída lateral e já deixara o auditório. Por isso, pedi à dona Lúcia para que ela própria tentasse conseguir o autógrafo para mim. Eu a esperaria no andar térreo, por onde o casal teria de passar, obrigatoriamente, ao deixar o prédio.
A Senhora Veríssimo foi, de novo, de uma simpatia ímpar. Mas pediu desculpas e disse que ficaria meio complicado atender minha solicitação naquele momento. Muita gente a rodeava com intenção similar à minha.
Acatei as palavras dela, claro – apesar da frustração. Agradeci novamente pela foto, por ter-me ouvido e me despedi dela cumprimentando-a com um beijo no rosto.
A “CARTEIRADA” DE DONA LÚCIA
Deixei o auditório pela porta principal, mas ainda fiquei por alguns minutos ao lado da catraca de acesso aos elevadores. Parado, feito Ás de Paus. À espera de um milagre, talvez – ainda que inconscientemente.
Dona Lúcia apareceu do outro lado da catraca, acompanhada por outra senhora – também fã do marido dela -, por um rapaz da produção do “Pauliceia Literária” e por mais algumas pessoas.
Foi quando ela me viu lá, à toa, e me chamou. Pediu para o segurança liberar minha entrada e disse, com carinho, abanando a mão: “vem, vem, vamos subir comigo”.
Por alguns segundos, não acreditei que aquilo estava acontecendo. Juro! A Senhora Verissimo me credenciou – e autorizou – a estar com o mito.
Tive vontade de agarrá-la – como fazia com minha saudosa e querida avó Nininha, sempre que nos víamos, mesmo depois de adulto. Mas me contive. Seria um vexame, no mínimo.
Fato é que não parei de agradecê-la no trajeto entre o térreo e o sétimo andar, onde Verissimo estava, na sala da presidência da AASP, à espera da esposa.
O ENCONTRO
Quando dona Lúcia abriu a porta, vi meu ídolo sentado, quietinho, sozinho. O burburinho das outras pessoas que também estavam naquele espaço vinha do lado oposto da sala. Ninguém falava com ele. Era a deixa que eu precisava!
Só não fui pedir a benção do homem naquele momento porque dona Lúcia credenciou aquela outra senhora que a acompanhava no térreo, além de mim. Dei a prioridade à outra fã, claro!
Depois de um breve diálogo, um aperto de mãos e uma despedida rápida, a senhora deixou a sala. Minha hora havia finalmente chegado!
Aproximei-me – de novo – de Verissimo. Ele continuou sentado, mas eu o reverenciei. Cumprimentei-o, abracei-o e, confesso, emocionei-me. Eu o agradeci por ter me levado ao Jornalismo, mesmo que ele não soubesse. Mas, sobretudo, agradeci-o por ter-me apresentado à Literatura como ofício.
Entreguei-lhe Todas as Histórias do Analista de Bagé para que o autografasse para mim e pedi autorização para fazer fotos. Registrei o autógrafo, o abraço, o livro e a conversa. E VERISSIMITUTEI. Sim, porque não há outro neologismo capaz de traduzir, literalmente, o que ocorreu naquele instante. Sem dúvida, foi um dos dias mais felizes e emocionantes da minha vida até agora!
Saí daquela sala cinco ou sete minutos depois de ter entrado. Em êxtase! Pinto no lixo era pouco. Muito pouco, aliás. Saí leve. Com a sensação de que coisas muito boas aconteceriam – ou melhor, acontecerão – na minha ainda incipiente carreira de escritor a partir daquele encontro.
E sabe o que é engraçado? Algo me diz que tenho mesmo razão!
Luis Fernando Verissimo e dona Lúcia, meus mais profundos agradecimentos pelo privilégio concedido. Gratidão eterna!