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Com algum atraso, infelizmente, mas eis que registro meus tão esperados encontros com o ídolo Luis Fernando Verissimo, semana passada, em São Paulo (SP).

Neste post, tratarei exclusivamente do evento da terça-feira 13. Nesse dia, o autor falou na primeira edição do “Encontro com os Escritores”, uma iniciativa da Universidade do Livro (Unil), da Fundação Editora Unesp.

Embora com a saúde debilitada, Verissimo não deixou de responder a qualquer pergunta feita, tanto pela mediadora da conversa, a jornalista Paula Rangel, produtora do tradicional evento literário “Sempre um Papo”, quanto pela audiência, que lotou o auditório da Unil na Praça da Sé, centro antigo da cidade. Tudo, claro, com seu habitual bom humor refinado – como não poderia deixar de ser!

Para não me alongar (tanto) num texto corrido, selecionei algumas informações que julguei relevantes, além de aspas temáticas. Aí vão elas:

  • Luis Fernando Verissimo começou a escrever aos 32 anos de idade (“tarde”, segundo ele), em meados dos anos 60, quando iniciou como jornalista no Zero Hora, de Porto Alegre (RS);
  • Escreveu a seção “Horóscopo” no Zero Hora. Mas, sem conhecer do assunto, usava de uma artimanha no mínimo pitoresca para fechar a coluna: Verissimo replicava em alguns dos signos do zodíaco a mesma “previsão” que já havia publicado em outros, em edições anteriores. “Fui desmascarado. Minha carreira de astrólogo foi bem curta!”
  • “Cresci numa casa onde o livro era uma coisa muito importante. Além disso, vivíamos entre escritores” (sobre a importância da Literatura em sua vida e carreira. Para quem não se lembra ou sabe, Luis Fernando é filho do escritor Érico Verissimo, autor, entre outras obras, do clássico “O Tempo e o Vento”);
  • “Eu não tinha intenção alguma de ser escritor ou jornalista” (sobre se foi pressionado pelo pai, em algum momento, para que seguisse seu ofício);
  • “Qualquer coisa pode dar origem a uma crônica. A crônica é um gênero indefinido. Você pode escrever o que quiser e chamar de crônica (sobre a conhecida habilidade que tem no referido gênero e a amplitude técnica do estilo);
  • “Minha musa inspiradora é o prazo de entrega” (sobre inspirações e a periodicidade de sua produção literária atual. Aqui, Verissimo antecipou o lançamento de sua próxima obra: “Verissimas”, uma coletânea de “frases, reflexões e sacadas sobre quase tudo”, conforme diz o subtítulo, que deve chegar ao mercado em outubro próximo);
  • “Não tenho nenhum primeiro leitor. O livro tem que me agradar. Nem minha esposa, nem papai, quando vivo, liam meus textos antes que eu os publicasse. Mas é claro que eu gosto de saber o que o leitor pensa sobre o que escrevo” (sobre se mostra ou não seus originais para alguém antes de enviá-los para as editoras e sobre o feedback de seus leitores);
  • Entre os personagens que criou, o preferido é O Analista de Bagé;
  • “Tudo o que promove o livro é válido. O importante é criar o gosto pela leitura, principalmente nos mais jovens” (sobre a ascendente onda dos youtubers no papel de escritores e a influência que eles exercem sobre as novas gerações de leitores);
  • “Sou a favor de tudo o que vende e divulga o livro” (sobre as atuais estratégias de Marketing, por novos autores, baseada na internet e nas mídias sociais. Especialmente entre escritores independentes);
  • Dos autores contemporâneos, Verissimo disse gostar de Antonio Prata (filho de outro gênio, o autor paulista Mario Prata);
  • “Um bom caminho para ser escritor é ler. E ler muito” (primeira dica para quem pretende se lançar como escritor/a);
  • “A pessoa deve confiar em seu talento e seguir adiante” (segunda dica para quem pretende se lançar como escritor/a);
  • “Produção de texto meu em outro meio é obra de outro, não minha, mais” (sobre as adaptações de seus livros para a televisão, em especial);
  • Verissimo disse que o primeiro passo de seu processo criativo é fazer um approach (“para usar uma palavra bem típica da língua portuguesa”) com o tema. Depois de definida a abordagem – se séria, reflexiva ou irônica, por exemplo -, é que ele começa a escrever;
  • Luis Fernando Verissimo disse, também, que não tem uma disciplina predeterminada, no processo criativo, para obras de mais fôlego – como romances, por exemplo;
  • “Para mim, a poesia só influencia o texto poético” (negando uma eventual influência da poesia em sua obra);
  • “Ter livros em casa, livros acessíveis, sempre à mão. Simplificar o acesso da criança ao livro é importante. Inclusive, num segundo momento, de mais maturidade, mostrando a eles a importância das obras clássicas” (sobre como fomentar a leitura entre as novas gerações);
  • “A discussão sobre a plataforma [de leitura] é secundária. O livro é um veículo. O importante é que continue existindo a figura do escritor. Enquanto houver escritor, vai haver texto. Independentemente de ser no impresso ou no e-book” (sobre se o livro digital irá “matar” o livro impresso no futuro);
  • “A Literatura pode ser uma maneira de iluminar o mundo” (dispensa contextualização. Digo, apenas, que virou citação de vida para mim!)

Luis Fernando Verissimo também respondeu a uma pergunta minha sobre cursos de escrita criativa. Ele louvou a iniciativa e a classificou como uma terceira dica para escritores iniciantes.

Vale destacar que, antes de fazer a pergunta a ele, apresentei-me. Estava com a voz embargada, admito.

Relembrei o envio do meu Histórias (Quase) Verídicas para sua casa, no ano passado. Ele sorriu e disse se lembrar.

Por motivos de saúde, Verissimo não autografou nenhum livro – e eu havia levado dois e adquirido mais três lá! -, tampouco fez fotos com a plateia. Mas, ao final do evento, teve a gentileza de vir me cumprimentar.

Não bastasse ter-me dado sua “benção”, ainda foi simpático para dizer “Finalmente nós nos conhecemos, né?”. Mitei geral!

Recebi meu certificado e saí da Unil feito criança após ter visto Papai Noel em shopping center!

No próximo post, falarei sobre a participação de Luis Fernando Verissimo – e meu segundo encontro com ele – no “Pauliceia Literária”, ocorrido na quinta-feira 15, na Associação dos Advogados de São Paulo (AASP), também no centro antigo da capital paulista.

Indiscutivelmente, foi muito mais especial![/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_gallery interval=”3″ images=”7502,7503,7504,7505,7506,7507,7508,7510,7511,7501″ img_size=”full”][/vc_column][/vc_row]

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