Terminei de ler “Sinestesia”, do meu amigo Caio Viana, antes de conhecê-lo pessoalmente na 24a Bienal Internacional do Livro de São Paulo, onde tivemos o privilégio de falar sobre nossas obras no estande Pernambuco Continente Imaginário – leia mais sobre o evento aqui.
E fiz questão de conhecer o trabalho deste jovem e talentosíssimo autor e artista recifense, antes da Bienal, exatamente para poder falar com mais propriedade sobre a construção das inúmeras possibilidades narrativas de um conto – gênero escolhido por mim e por Caio para nossa estreia como autores de ficção.
Mas “Sinestesia” não tem nada a ver com o meu Histórias (Quase) Verídicas. E isso não é demérito algum, nem para um, nem para outro. Muito pelo contrário!
Como disse inúmeras vezes, para ele, em particular, e em público, durante nossa apresentação na Bienal, Caio Viana escreve sobre amores e paixões com uma sensibilidade feminina. E esta é primeira e mais importante característica de sua obra.
A outra é o casamento perfeito entre o título do livro e seu conteúdo. A leitura de “Sinestesia” te faz sentir o cheiro de um doce perfume feminino, o gosto de um bom vinho ou a brisa praiana no seu rosto. Literalmente.
Editorialmente, “Sinestesia” soou para mim, em muitos contos, quase autobiográfico – ainda que eu não tenha cometido a indelicadeza de buscar essa confirmação com o autor. Mas, mais do que isso, o livro se mostrou ser penetrante, reflexivo, saudosista e verdadeiro – embora ficcional.
Em algumas passagens, na minha modesta opinião, a obra flertou com a prosa poética. E achei essa brincadeira um tanto quanto saborosa, já que, estou certo, Viana também é um grande poeta. Justamente porque tem na sensibilidade seu ponto forte.
Numa linha imaginária de sentimentos, três contos de “Sinestesia” me fizeram experienciar, em meu íntimo, a saudade dos tempos de adolescente; o ciúme que, de tão descabido, torna-se bizarro e engraçado; e as infinitas surpresas que a vida – ou o destino, como prefere o autor – reserva-nos todos os dias. Leia, com envolvimento, atenção e carinho, Fica no Ar, Corno e Destino do Acaso.
Felizmente, a Literatura Contemporânea brasileira – pelas mãos do competente amigo e agente literário Lívio Meireles, da CASA Agencimento Literário, e dos editores da Bagaço -, revelou Caio Viana e descortinou todos os sentidos de seu “Sinestesia”.
O convite, agora, é para que você, leitor, deixe-se apaixonar, viajar e experimentar tudo aquilo o que esta belíssima obra é capaz de proporcionar.