Leituras do Ano: “As Mentiras que as Mulheres Contam” finalizado

Terça é dia de Verissimo. E quinta também
12 de setembro de 2016
Leituras do Ano: lista atualizada
14 de setembro de 2016
Mostre tudo

Acabo de concluir a leitura do 12o livro de 2016. E a obra da vez foi “As Mentiras que as Mulheres Contam” (Objetiva; 2015), do mestre Luis Fernando Verissimo.

Havia um tempo que eu tinha comprado o e-book. Mas, em virtude dos estudos de Escrita Criativa com o amigo e professor Paulo Tedesco, meu consultor editorial particular, priorizei outros livros em detrimento a ele.

Resolvi lê-lo agora porque, como dito aqui neste blog, no post da última segunda-feira 12, esta será minha “Semana Verissimo”. Estarei com o escritor gaúcho em dois eventos literários.

E embora esses encontros tenham sido minha principal motivação para ler “As Mentiras que as Mulheres Contam”, admito que eu estava deveras curioso para folhear as páginas – ainda que digitalmente – da última obra do mestre do humor sagaz.

De leitura rápida e fácil – como quase todas as antologias de contos de Luis Fernando Verissimo -, o mais recente livro do autor é simplesmente delicioso. Não encontro outro adjetivo para classificá-lo.

Eu o li quase toda no transporte público, no trajeto casa – trabalho – casa. E não foram poucas as vezes que me peguei gargalhando – ou, no mínimo, sorrindo explicitamente – com as tiradas geniais do escritor.

Mesmo temas mais densos, como mortes e assassinatos, por exemplo, nas mãos de Verissimo se tornam engraçados. Como no surpreendente conto Caixinhas, no qual a protagonista usa sua coleção particular de caixas para guardar “partes atípicas de um todo” – e, aqui, reservo-me o direito de não detalhar a história para não chatear quem ainda não leu o livro – e no hilariante A Mãe, em que uma filha se refere ao fantasma da mãe como “avó gasosa”.

Esta história, aliás, figura entre as minhas favoritas das 49 que compõem o livro. Outras que recomendo fortemente são a inteligentíssima Isabel – destacada pela crítica especializada quando do lançamento da obra -, Uuuuuuuuuu…, Blanquette de veau, O aniversariante, O grupo – uma divertida releitura dos clássicos da literatura infantil -, A extremófila, O justo – para mim, o melhor conto do livro – e E por falar em festa…

Quando terminei de ler “As Mentiras que as Mulheres Contam”, dei o Kindle para minha esposa e pedi a ela para que lesse A Mãe. Ao final, ela se virou para mim e me perguntou: “De onde você tirou isso? E por que matou minha mãe?”

Não entendi patavina. E sei que meu semblante transpareceu isso. Porque logo em seguida ela emendou uma terceira pergunta: “Não foi você que escreveu isso? Juro que achei que era seu!”

É verdade que minha mulher não conhece a obra de Luis Fernando Verissimo a fundo. Mas não posso negar que esse “equívoco” me encheu de orgulho e fez de “As Mentiras que as Mulheres Contam” minha mais nova Bíblia enquanto autor. Obrigado, Verissimo!

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *